sábado, 3 de julho de 2010

O MEIO DO JOGO

O meio-jogo é a fase da partida onde as peças em sua maioria já alcançaram o seu maior desenvolvimento, dependendo, todavia, em como foi conduzida a abertura ou defesa escolhida por cada enxadrista. Por esta razão, o estudo da teoria das aberturas e defesas deve estar em harmonia com a preparação de planos estratégicos que resultam em um meio-jogo esperado.

O meio-jogo também é a fase na qual a maioria das combinações pode acontecer. Combinações de meio-jogo estão freqüentemente conectadas com o ataque ao rei oponente; alguns padrões típicos possuem seus próprios nomes, por exemplo, Mate de Boden ou Combinação Lasker-Bauer.

Outra importante questão do meio-jogo é quando e como reduzir o material disponível e entrar na fase final da partida (esta redução de material é denominada de simplificação). Por exemplo, pequenas vantagens materiais podem ser transformadas em vitória somente em um final de jogo bem conduzido e para isso, o lado com a pequena vantagem deve procurar um meio para efetuar a simplificação e obter um final favorável. Entretanto, nem todas as reduções de material são adequadas para este propósito, por exemplo, se um dos lados possui um bispo de casas claras e o oponente possui um de casas escuras, a simplificação para um final de bispos e peões é geralmente vantajosa para o lado mais fraco, uma vez que finais de bispos de cores opostas normalmente terminam em empate, mesmo com a vantagem de um ou dois peões.
A seguir, alguns princípios gerais, formulados por William Steinitz, primeiro campeão do mundo de Xadrez, no sinal do século 19:

1) O exército dominante pode atacar, e deve fazê-lo; caso contrário correrá o risco de perder a vantagem. Deverá atacar o ponto mais fraco da posição do adversário.

2) Aquele que está na defesa deve querer defender-se e fazer temporariamente concessões.

3) Em toda posição equilibrada, os dois lados manobram procurando inclinar o equilíbrio a seu favor. Mas uma posição equilibrada gera outras também equilibradas, caso os jogadores joguem com precisão.

4) A vantagem pode consistir em uma grande e indivisível ou em um conjunto de pequenas. O lado predominante na luta de posições deve acumular pequenas vantagens e transformar as variáveis em constantes.
No xadrez, "troca" é quando se captura uma peça e a peça que o fez é capturada logo em seguida ou quando a situação permitir isso. Porém, aqui nós iremos considerar a "troca" da mesma forma, só que tanto a peça que captura quanto a que é capturada, têm o mesmo valor de pontos. Leve em consideração essa informação.

> É vantajoso fazer uma troca com a peça adversária que está dominando exageradamente seu espaço
> É vantajoso fazer trocas quando você está com vantagem material
> É vantajoso fazer trocas quando você está com desvantagem espacial
> É vantojoso fazer uma troca com a peça adversária que está bem posicionada
> Deixe suas torres em colunas abertas
> Não exponha sua rainha cedo demais
> Quanto menos ilhas de peões, melhor
> Bispos são melhores em jogos abertos e cavalos, em jogos fechados


PARA FINALIZAR, MAIS ALGUMAS DICAS IMPORTANTES:

a) Se você está com vantagem material, PENSE DEFENSIVO EM PRIMEIRO LUGAR. Isto não significa que você está sendo passivo.

b) Se você está interessado em aprender, pense de uma oferta de empate como uma oferta para continuar ignorante. Lembre-se que o empate acontece durante e não antes da partida.

c) Ataque peças cravadas com peças de menores valores e nunca libere uma peça cravada a menos que exista algum tipo de tática vencedora ou você não possa mantê-la cravada.

d) Bispos são melhores em posições abertas – Cavalos em posições fechadas. Os bispos são melhores, também, quando existe ação nos dois lados do tabuleiro.

e) Quando tiver mais peças que o oponente “simplifique”, quando tiver menos peças simplifique apenas os peões.

f) Se você tiver um par de torres e seu oponente apenas uma, geralmente é correto eliminar essa torre do adversário.

g) Nem sempre peões dobrados são fracos.

h) Sempre que capturar com peões , é mais correto capturar em direção ao centro.

i) Um ataque prematuro é fadado ao fracasso.

j) Quando atacado no flanco ataque no centro.

k) Controle as colunas abertas com torres.

l) Quando o jogo ficar complicado e existirem muitas opções de capturas, geralmente é correto fazer a captura (ou pelo menos uma fortísssima ameaça) para segurar a iniciativa. Se fizermos um lance passivo o oponente pode tomar a iniciativa. Em qualquer dos casos, análises específicas e não princípios gerais, são necessários para tomar a correta decisão.

m) Se sua estrutura de peões está ruim ou você tem menos material, não simplifique.

n) Quando ambos os Reis estão expostos e as peças maiores ainda estão no tabuleiro, a iniciativa (ataque) geralmente vale tudo – então mantenha-se procurando por cheques (ou capturas) o quanto puder. Nessas posições, sacrifício de material são geralmente muito comum para não dá tempo ao seu adversário de começar um ataque.

o) Se seu oponente tem peões fracos então troque peças. Assim as fraquezas dos peões de seu adversário ficarão mais fáceis de explorar.